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Qual o efeito da saída da Portugal Telecom da Vivo e a ida para a Oi?

Após 3 anos de negociações e por um preço 2,5 vezes maior que o da primeira oferta feita em 2007, a Portugal Telecom (PT) acertou a venda de sua participação na Vivo para a Telefonica por 7,5 bilhões de euros.

A Portugal Telecom anunciou também a assinatura de um acordo com a Oi para a aquisição de participações diretas e indiretas nas empresas do Grupo, que levarão a PT a ter 22,38% da Telemar Norte Leste S.A. (TMAR), empresa operacional do Grupo, por um investimento máximo de R$ 8,4 bilhões (3,7 bilhões de euros).

A saída da PT da Vivo irá permitir que a Telefonica promova a fusão de suas operações fixas e móveis no país formando uma operadora integrada capaz de oferecer telefonia fixa, celular, banda larga e TV por assinatura em um mesmo pacote de serviços.

Este processo deve se acelerar ainda mais se for aprovado no Congresso, ainda em 2010, o Projeto de Lei 29 (PL 29) que acaba com as restrições a participação do capital estrangeiro na TV a cabo.

Em 2011, os três maiores grupos de telecom do Brasil (Telefonica/Vivo, Oi e Claro/Embratel/Net) deverão estar com suas operações fixas e móveis integradas.

A competição entre operadoras convergentes deve levar a um aumento de oferta de serviços integrados e pesados investimentos em redes de fibra óptica que levem a banda larga de alta velocidade ( 10 a 100 Mbps) até perto da casa do usuário e até as torres de celular que oferecem banda larga móvel.

Neste cenário será importante observar se a entrada da PT na Oi implicará em uma mudança da estratégia desenvolvida pela operadora nos últimos 12 meses.

Com a aquisição da BrT a dívida líquida da Oi cresceu de R$ 11,0 bilhões em 2008 para R$ 22,4 bilhões em 2009, o que levou a operadora a apertar o cinto e reduzir os investimentos. A Oi investiu R$ 518 milhões no 1º semestre de 2010 contra R$ 994 milhões em igual período de 2009.

A receita líquida da operadora no 1º semestre de 2010 cresceu 0,5% em relação a igual período de 2009. Em compensação, a sua margem EBITDA cresceu e atingiu 36,2% no 2T10.

Esta estratégia levou a uma perda de market share em telefonia fixa, celular e banda larga nos últimos 12 meses.


Os acessos celulares da Oi cresceram 9,7% nos últimos 12 meses,menos que a média Brasil (16%). A operadora perdeu em Abr/10 a liderança da Região I para a Vivo e está crescendo apenas no estado de São Paulo.

Neste período a Oi ganhou market share apenas em TV por Assinatura, impulsionada pela sua operação de DTH. Mesmo assim, a operadora apresentou queda de 6,4% nos acessos de TV por Assinatura no 2T10.

Juntamente com a entrada da PT na Oi, estão previstas a realização de aumento de capital de R$ 12 milhões na Telemar Norte Leste S.A. (Tmar) e na sua controladora TeleNorte Leste participações S.A.

Segundo o comunicado divulgado pela PT: "os aumentos de capital terão como objetivos principais a redução da dívida líquida da Tmar e financiar a expansão internacional desta sociedade e das suas controladas".

A Oi espera reduzir a sua alavancagem que é hoje de 2x Dívida Líquida /EBITDA para 0,8. Está prevista também a aquisição por parte da Tmar de até 10% do capital da Portugal Telecom por um valor estimado em R$ 1,8 bilhões.

Este aumento de capital permitirá também que a operadora invista mais pesadamente em banda larga fixa e móvel, sob pena de ficar em desvantagem neste novo cenário de competição.

Finalmente, a vida deve ficar mais difícil para a Tim, que não tem uma presença significativa no mundo fixo, e para a GVT, que não atua no mundo móvel, neste novo cenário competitivo com operadoras integradas.