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PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) pontos importantes e até inspiradores

O consultor brasileiro Carlos Kirjner, que teve papel central na formulação do Plano Nacional de Banda Larga dos EUA, compartilhou sua experiência obtida na FCC (Federal Communications Commision) na ABTA 2010 , realizado essa semana em São Paulo.


Após avaliar o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), destacou alguns pontos do plano que julga importantes e até "inspiradores":

1. "Se a inclusão digital é um objetivo nacional:

É fundamental que a indústria e o governo trabalhem de forma conjunta para

levar a banda larga às camadas mais pobres."

2. "Se a penetração da banda larga nas camadas mais ricas já é alta, a única forma

de se manter um crescimento sustentado é levando o serviço para os mais pobres

também, com renda inferior a um ou dois salários mínimos"

3. Segundo Kirjner um contingente considerável, 20% da população brasileira,

vive com menos de meio salário mínimo por mês.

4. Foco está bastante voltado ao backbone (em português espinha dorsal), ou seja

os operadores de telecomunicações mantêm sistemas internos de elevadíssimo

desempenho para comutar os diferentes tipos e fluxos de dados (voz, imagem, texto,

etc). Na Internet, numa rede de escala planetária, podem-se encontrar, hierarquicamente

divididos, vários backbones: os de ligação intercontinental, que derivam nos backbones

internacionais, que por sua vez derivam nos backbones nacionais. Neste nível

encontram-se, tipicamente, várias empresas que exploram o acesso à telecomunicação

— são, portanto, consideradas a periferia do backbone nacional.


Comparativo com os EUA

Características

1. "Nos EUA, 30% do povo não está conectado. Estamos falando de 100 milhões de pessoas, que não estão na Internet, em sua maioria, por razões financeiras".

O problema, diz, não é de cobertura necessariamente, pois há serviço disponível

para 95% dos domicílios.

2. Nos EUA antes da massificação da banda larga , foi preciso universalizar a

telefonia fixa.

3. Foi destinado US$ 1,2 bilhão por ano para subsidiar a telefonia para as pessoas que se encontram abaixo da linha da pobreza.

4. O plano de massificação funcionou e 98% da população possui telefone em casa. "A banda larga entra aí como a 'sobremesa', pois 95% dessas residências podem agora ter acesso à Internet via xDSL", acrescenta.

5. O outro ponto fundamental do plano norte-americano de banda larga citado por Kirjner é o que ele chama de "banda larga aberta". Trata-se de um link mínimo oferecido de forma gratuita pela operadora. "A tele, neste caso, financia o serviço por meio de publicidade. Parece inviável, mas determinados setores acreditam muito neste plano"

6. Com relação a disponibilidade ou alcance da rede. Foi instituído nos EUA um fundo como o FUST brasileiro, de US$ 23 bilhões, subsídio integral para o serviço de banda larga, uma vez que as operadoras gastam US$ 32 bilhões entre custo inicial (US$ 15 bilhões) e operacional (US$ 17 bilhões), porém obtém receitas estimadas de US$ 8,9 bilhões.

7. "Nos EUA, apenas 5% dos custos são no backbone. A maioria dos custos é na rede de acesso e operação. Mesmo que no Brasil o backbone seja cinco vezes mais caro ainda representaria somente 25% do total do investimento", diz.

8. Pontos importantes no plano americano, tais como ações que estimulem a competição entre as teles; a revisão e mudança dos direitos de passagem de cabos e de estações radiobase; transparência e ações de longo prazo; reforma de regras de atacado (backhaul) e de uso de microondas; competição entre fabricantes de set-top boxes; e desenvolvimento de aplicações para os usuários finais.