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Crowdfunding faz sucesso no Brasil

O crowdfunding, modelo de financiamento colaborativo já bem popular em países como os Estados Unidos, vem ganhando cada vez mais espaço no cenário brasileiro. O sistema é uma forma de “vaquinha virtual”, em que empreendedores divulgam a sua ideia e quanto precisam para concretizá-la. Os patrocinadores serão as pessoas em geral, que contribuirão com dinheiro e depois serão recompensadas de acordo com a quantia doada. Quanto maior a doação, melhor é o brinde recebido em troca.

Em 2011, Luisa Mandou um Beijo, um sexteto de rock alternativo, entrou no crowdfunding. A banda carioca precisava de R$ 5 mil para arcar com os custos da gravação do seu terceiro álbum e conseguiu até mais do que o esperado. Quem colaborou recebeu desde algumas das músicas um mês antes do lançamento oficial até o direito de assistir a um ensaio deles. “O crowdfunding viabilizou a gravação do nosso terceiro álbum e aproximou mais os fãs da gente. Eles se sentiram parte da história da banda”, afirma o guitarrista Fernando Paiva.

Se o projeto for bem sucedido, como o da banda, os proprietários do site do crowdfunding ficam com apenas um pequena parcela (por volta 5% do total) e o restante vai para o dono da ideia. Mas nem tudo são flores. Se um projeto não conseguir colaborações suficiente no prazo previsto, o seu idealizador não ganha nada e aqueles que ajudaram na arrecadação do dinheiro recebem a quantia doada de volta.

É o caso do Nake it, cuja proposta era arrecadar R$ 300 mil em 60 dias para fazer um sensual ensaio fotográfico com a apresentadora Pietra Príncipe. Mas, para a infelicidade de quem queria ver a gata do jeito que veio ao mundo, o projeto angariou apenas R$ 80 mil e ela não tirou nem uma pecinha de roupa. “Todos receberam de volta o valor integral da contribuição. Em breve, lançaremos um novo site com um modelo diferente: pessoas normais, valores mais acessíveis e recompensas mais bacanas”, comenta Ricardo Dullius, do Nake it.

Diferente desse projeto, outros fizeram grande sucesso, como “Metamáquina 3D” e “Achados e Perdidos”. O primeiro foi fruto da vontade de três jovens de popularizar as impressoras 3D no Brasil. Filipe Moura, Felipe Sanches e Rodrigo Silva, idealizadores do projeto e apaixonados por tecnologia, queriam produzir kits para a construção dessas impressoras a um preço acessível. “Além disso, queremos fazer também impressoras prontas para uso para quem não se dá muito bem com solda, chips e parafusos”, afirmam.

Já a ideia de lançar “Achados e Perdidos” no cofrinho online veio de Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho. Eles tinham o sonho de publicar um álbum em quadrinhos e precisavam de R$ 25 mil para pagar a impressão do livro e a gravação dos CDs. “Resolvemos fazer o livro através do crowdfunding porque se encaixa perfeitamente com a nossa lógica de que quadrinho é entretenimento e deve ser compartilhado da forma mais aberta possível”.

Ambos os projetos tiveram grande êxito. O Metamáquina 3D, em apenas quatro dias, já havia arrecadado R$ 18 mil. No final das contas, com 160 apoiadores, conseguiram mais de R$ 30 mil, superando a proposta inicial de R$ 23 mil. Quem ajudou com o projeto foi muito bem recompensado, ganhando desde um adesivo até uma impressora completa e montada. Já o dos quadrinhos também excedeu as expectativas: 573 pessoas doaram um total de R$ 30.834 e ganharam brindes como um álbum autografado e uma música feita especialmente para elas.

Se você se animou e está a fim de ajudar também, existem milhares de projetos brasileiros no ar atualmente. Por exemplo, Bruno Quintella produziu “Histórias de Arcanjo - um documentário sobre Tim Lopes" para falar sobre a vida e a obra de seu pai, o jornalista assassinado há dez anos no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro. Quintella está pedindo ajuda em um site de crowdfunding para lançar o filme. Ele pretende arrecadar R$ 79.450 até o dia primeiro de setembro.

Mais do que uma maneira de conseguir financiamento para um projeto, o crowdfunding aproxima aqueles que têm a ideia dos que quererem ajudar na realização de um projeto interessante. Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho ficaram muito felizes pelo enorme apoio recebido de tantas pessoas. “Nosso sentimento em relação a esse pessoal é de pura admiração”.

Os integrantes da Luísa Mandou um Beijo também se sentiram muito agradecidos pela ajuda dos fãs. “Foi uma grande surpresa. É uma honra saber que tanta gente curte o que a gente faz e está disposta a contribuir para que continuemos produzindo nossa arte. Mais do que o nosso sonho, o crowdfunding realizou o sonho de alguns dos nossos fãs também”, comentam.

fonte: techtudo